segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Eu Perdi Completamente o Interesse por Retro Games


Uma das coisas mais certas da vida é que nada é permanente, inclusive seus gostos. Por mais doloroso que isso possa parecer, é a verdade. Se você pensar no que era importante para você há cinco anos, provavelmente encontrará coisas que hoje são irrelevantes, ou que você nem pensa mais a respeito. Da mesma forma, é bem possível que, daqui a cinco anos, as coisas com as quais você se importa hoje percam a relevância. Esses são os ciclos e processos naturais da vida.

Embora todos nós estejamos sujeitos à esse caráter transitório das coisas, existem, sim, elementos que fazem parte da nossa essência e dificilmente nos deixam. Comigo, falo com segurança que são os videogames. Para mim, é impossível imaginar uma realidade onde eu não jogo videogame. Esta tem sido a minha maior diversão (e por vezes, minha única diversão) desde sempre, desde a infância, desde que nasci. Hoje, com quase 27 anos de idade, continuo jogando, continuo sentindo prazer com games e continuo destinando um tempo sagrado da minha rotina para apreciá-los.

Entretanto, não posso dizer que jogo de tudo, ou que todo tipo de jogo me encanta. Nos últimos anos, venho percebendo que estou mais impaciente com certos jogos e me sinto até incapaz de dar uma chance a alguns títulos (inclusive os consagrados e amados pela grande maioria das pessoas). Isso tem acontecido, majoritariamente, com jogos antigos, basicamente de todas as eras anteriores aos consoles HD (ou seja, games de PS2 pra baixo).

Prehistorik Man tem gráficos lindos, gameplay fluída e diálogos com bastante humor.
Mesmo assim, não consigo me manter interessado para além da primeira fase.
É engraçado lembrar que antes de eu me considerar um "gamer", desses que acompanha tudo que acontece na indústria e joga os lançamentos dentro de um tempo razoável (poucos meses ou anos após o título ser lançado), eu fui única e exclusivamente um "retrogamer": alguém que só olhava, experimentava e se interessava por jogos antigos. Isso foi meio que parte da minha adolescência, onde até mesmo no meu hobby preferido eu queria me sentir parte de uma "tribo" e, dentro do que minhas possibilidades financeiras alcançavam, decidi ser retrogamer.

Fato é que não tive acesso a sistemas mais modernos até a era HD. Tive um SNES quando o PS1 já existia, tive vários PolyStation (clones do NES) quando o PS2 já existia, e fui ter um PS2 quando o PS3 já existia. Sempre estive "atrás" e sinceramente, acho que isso me fez bem. Tive uma infância regada de bons jogos, especialmente dos 8 e 16 bits, que praticamente "me moldaram" como jogador. Vários conceitos que hoje aprecio em jogos modernos, eu aprendi a gostar nos jogos daquelas gerações.

O estilo "direto ao ponto" dos jogos de ação noventistas me fez amar a franquia reboot de DOOM.
Essa diferença de gostos também me afastava das rodinhas de conversa sobre "GTA" e "Counter-Strike" que o pessoal da minha idade costumava frequentar. Sou de 1996, e a maioria do pessoal da minha geração é cria do PlayStation/PC e conhece pouco de Super Nintendo e Mega Drive, quem dirá Nintendinho. Então, o fato de eu crescer com esses jogos de gerações passadas me fez ficar particularmente mais próximo da galera que hoje está com 30, 35 anos de idade, o pessoal que veio antes de mim e que, com a minha idade, também estava jogando esses sistemas. Quando eu estava no primário, no começo dos anos 2000, ainda jogando SNES, os amigos que jogavam comigo estavam se formando no ensino médio. Isso acabou virando uma constante na minha vida: sempre tive amigos mais velhos e sempre lidei melhor com adultos/idosos do que com gente da minha idade.

Enquanto a gurizada queria os códigos do GTA ou estavam enfiados na lan house jogando Mortal Kombat Armageddon e Dragon Ball Z Budokai Tenkaichi 3, eu estava lendo o SNES Classics do Super Wallace, ou o Retroplayers do Sabat (atual RetroSabat), ou então o Museum dos Games do P.A., em busca de descobrir novos jogos para os sistemas que eu conhecia. E não parou por aí: eu queria pertencer a essa "tribo". Então decidi que só iria jogar coisas "de Nintendo 64 pra baixo" e fechei os olhos para as demais plataformas que existiam.

Se eu ainda estivesse com aquela mentalidade, este seria o primeiro e único "mundo aberto" que eu teria conhecido na vida.
Passei vários anos assim, jogando, experimentando e testando tudo de SNES, Mega Drive e NES, e alguma coisa de GBA, Nintendo DS e Nintendo 64 - tudo com o auxílio da emulação, e como meu PC era fraco, eram esses sistemas que ele conseguia emular.

Aos poucos, fui experimentando alguns games 3D mais leves que rodavam em minha máquina, como Tarzan, Sonic Adventure DX e Heroes, e o primeiro Klonoa de PS1. Gostei desses jogos, mas era um esforço para avançar neles. Tarzan terminei algumas vezes, em jogatinas picadas. Sonic Adventure DX eu só finalizei com o Sonic e não me interessei pela jogabilidade dos demais personagens. Sonic Heroes era muito longo e ficava enjoativo nas últimas fases. O único que terminei com gosto foi o Klonoa.

Eventualmente, comprei um PlayStation 2, mas o único - ÚNICO - jogo da plataforma que eu realmente gostei foi Ratchet & Clank Going Commando. E mesmo com aquele console moderno, toda hora eu voltava para os 8 e 16 bits. Lembro de passar um tempão tentando emular SNES no console, criando várias ISOs do SNES Station a fim de ter minha seleção de games favoritos do Super Nintendo no meu novo aparelho. Mas não cheguei a criar uma memória afetiva com o PS2 igual todo mundo tem. Pra mim foi um console que passou praticamente batido. Sabe aquela menina com quem o lance "não vira"? Mesma sensação.

Todos amam, mas eu sinceramente nunca dei a mínima.
Em 2011, quando comprei o PlayStation 3, aí a coisa mudou de figura. Continuei gostando dos clássicos, mas pela primeira vez eu estava realmente empolgado com jogos "modernos". E pela primeira vez eu tinha um console "da geração", sem ficar pra trás de ninguém.

Os primeiros jogos de PS3 que joguei foram todos incríveis para mim. Claro que comecei com Ratchet & Clank Future, depois fui para Sonic & Sega All-Stars Racing, Spider-Man Web of Shadows, Resident Evil 5, Devil May Cry 4 e por aí vai. Pela primeira vez eu estava adicionando novos títulos à minha lista de jogos favoritos da vida, que se mantinha praticamente intacta desde a infância. Mesmo assim, eu nunca cheguei a ficar um ano sem revisitar Super Mario World, Goof Troop ou Maui Mallard in Cold Shadow.

Os anos passaram, tive um PC Gamer por cinco anos, joguei tudo que é franquia moderna, descobri mais jogos excelentes e me empolguei cada vez mais com lançamentos e novidades. Fui deixando a veia retrogamer de lado, embora continuasse gostando daqueles jogos.

Acho que todo mundo vai passar por essa fase alguma vez na vida.
Em 2020, resolvi começar uma coleção de videogames e mídias físicas do zero. Vendi o PC e migrei para o PS4, minha plataforma principal até hoje. Como minha situação financeira estava, de certa forma, favorável, fui comprando todos os PlayStation ao longo do tempo, com excessão do 5. Peguei outro PS3 no Mercado Livre (pois o meu antigo havia morrido de YLOD), e comprei por uma mixaria o PS1 e o PS2 de um amigo que não usava mais. Juntei tudo isso ao meu Super Nintendo, o mesmo da infância, e minha coleção ficou enorme em questão de meses.

Nesse meio tempo, enquanto eu jogava coisas novas no PS4, acabei conhecendo um ótimo canal no YouTube chamado Cogumelando: um santuário do entretenimento apresentado pelo queridíssimo Pedro Cogu! O cara manda bem demais nas listas e fala de videogames com tanto carinho, que você tem vontade de jogar tudo que ele recomenda. O foco do canal são retrogames, e eu, encantado por aqueles vídeos, quis expandir ainda mais meus horizontes.

O Cogu é um show de simpatia, e recentemente conheceu o Gentili. Mais que merecido!
Nesse meio tempo o "estalo" aconteceu. Eu estava experimentando jogos demais, de todas as épocas, mas não estava conseguindo me cativar pelos "novos jogos antigos" que eu descobria. Sempre voltava para o bom e velho Aladdin, Rei Leão e Mario de SNES, ou Sonic 3 & Knuckles, Snow Bros e TMNT The Hyperstone Heist de Mega Drive. Apesar das dicas do Cogu serem maravilhosas, o problema estava em mim. Aqueles jogos simples já não me prendiam mais.

E nem é questão de gráfico. Mecânicas antigas e ultrapassadas, falta de dublagem ou legendas em nosso idioma, SISTEMA DE VIDAS (eu não gosto de save state, acho que mexer em recurso de emulação durante a jogatina estraga a imersão, então jogava os games da forma como foram projetados para serem jogados, com game over e tudo), essas coisas já não estavam mais me descendo.

Aos poucos, meu interesse foi se perdendo e eu senti que toda aquela minha coleção já não fazia sentido para mim: eu estava acumulando muita coisa, mas jogando e zerando de menos. Em vez de conhecer novas jóias dos 8 e 16 bits, eu estava gastando mais dinheiro para jogar os mesmos jogos de sempre, aquela dúzia de pérolas que estão no meu panteão desde a infância. Resultado: vendi quase toda a coleção (até o SNES que eu tinha desde criança, junto com as fitas) e fiquei só com o PS4 e seus jogos. Decidi que daria um tempo dos games antigos, quase como um detox.

Coleção é pra usar. Se for pra ocupar espaço e enfeitar prateleira, eu encho de porta-retratos do meu cachorro.
Nesse período de colecionador/acumulador, posso destacar algumas experiências que serviram como um "choque" para eu desapegar dos retrogames.

Começando com o PS3, eu realmente gosto muito do aparelho, acho ele um videogame lendário, mas acredito que seus melhores jogos foram remasterizados para o PS4, onde podem ser jogados com gráfico melhor, performance mais estável e, em alguns casos, legendas em português. Tudo isso com o DualShock 4, que é bem melhor e mais confortável que o DualShock 3. Salvo uma meia dúzia de jogos que ficaram presos naquela geração (como Metal Gear Rising Revengeance ou o já mencionado Sonic All-Stars Racing, que eu gosto muito), não fazia sentido manter o console. Então transformei ele em grana.

O PS2 eu nunca gostei de verdade e não seria nesse período de compra impulsiva que eu iria gostar. Tentei brincar um pouco no Naruto Ultimate Ninja 5, mas percebi que o game era bem mais divertido na época do que hoje me dia. Dei uma chance para o Battlefield 2 Modern Combat, e notei como a mira nos jogos de tiro melhorou MUITO nessas duas décadas, pois envelheceu terrivelmente mal naquele jogo. Fui testar o tão aclamado Mortal Kombat Shaolin Monks pelo OPL via USB, mas as cutscenes engasgavam, e o fato de eu não ter mais nenhum aparelho em casa com drive de DVD para gravar ISOs, junto da imagem colossalmente horrível do videogame conectado à TV 4K por cabos RCA, fez eu rapidamente perder a vontade de insistir.

Se um dia rolar remake, vou jogar com prazer. Mas o produto de 2005 não chama a minha atenção em nada.
Indo para o PS1, cheguei até a comprar algumas repros no Mercado Livre, para começar uma coleção de repros do console (repro, para quem não sabe, são mídias físicas alternativas que imitam, em design, as mídias originais do console). Eis que fui jogar Alundra. Me desculpem, retrogamers hardcore, mas eu não tenho mais paciência para perder duas horas sem saber o que tem que fazer num jogo, e sem o jogo me dar uma única pista. Ali eu descobri que os AAA dublados me deixaram mal acostumado, e eu já tinha pouca ou nenhuma disposição para ler balões de fala de um RPG dos anos 90.

Parti para o Mega Man X4, outro grande sucesso da plataforma e, Deus, a quem eu estava tentando enganar. Nunca fui chegado em Mega Man, não seria agora que a chave iria virar. Não virou. Fui para o Street Fighter Alpha 3, e a ausência de uma lista de movimentos no menu de pausa (como tem nos Mortal Kombat a partir do 9) me fez desistir de tentar aprender qualquer combo ou magia naquele game.

Nisso, vendi aquele PS1 e PS2, afinal nunca fizeram parte da minha infância, e agora já era tarde para eu tentar me afeiçoar a eles. Não tem como sentir nostalgia por algo que você não viveu.

Sem chance.
Aproveitei o embalo e já vendi o SNES também, pois decidir que deixaria esses jogos "descansarem" na minha memória. E também porque a imagem do SNES na TV moderna não era agradável e eu não estava disposto a investir num bom - e caríssimo - conversor de imagem.

Eventualmente, ainda por um resquício de influência dos vídeos do Cogumelando, comprei um portátil de emulação, o Miyoo Mini Plus, para não perder totalmente o acesso a essas plataformas antigas. Mas, como dizem no futebol, "deu a lógica": recebi o aparelho com muito entusiasmo, zerei Mario World nele e desde então está parado mofando em meu armário. Pelo menos foi uma versão até então inédita de Mario World para mim, a de GBA, não a clássica de SNES.

Como tiro de misericórdia, ainda comprei a Disney Classic Games Collection para PS4, aquela coletânea que contém Aladdin, Rei Leão e Mogli dos 16 bits para o console da Sony. Nunca joguei Mogli, mas Rei Leão e Aladdin estão comigo desde a infância, então pensei, é justo manter essas pérolas por perto. O dinheiro que usei para comprar a coletânea veio da grana da venda do SNES, então, de certa forma, foi algo simbólico.

Ainda quero ver Maui Mallard in Cold Shadow (meu jogo favorito da vida) relançado oficialmente para as plataformas atuais, aí eu poderei ficar em paz.

Se um dia isso virar realidade, eu compro a edição especial collector's ultra ninja steel edition.
(Artista: Dimitri Paiva).
De toda forma, acho que saturei de jogos antigos. Eu jogo essas plataformas desde a infância, desde que comecei a jogar videogame, sem parar. SNES, Mega Drive e Nintendinho nunca me deixaram, mesmo em meio ao PS2, PS3 e PC Gamer. Devo ter ficado uns 20 anos roendo esse osso, embora o alternasse com a carne dos games modernos.

Só a partir de 2021, quando tomei a decisão de fazer o detox e focar só no PS4, é que eu os deixei de lado de uma vez por todas e me permiti absorver novas experiências e criar novas memórias, tão marcantes quanto as antigas, com jogos modernos de altíssima qualidade que estão aí disponíveis. Tenho certeza que vou lembrar do Sekiro aos meus 25 anos, assim como lembro do Devil May Cry 4 aos 15 e do Aladdin aos 5.

Não largar desses jogos antigos é uma prática que "atrapalha" a consolidação de novos jogos na nossa memória afetiva e até na nostalgia. Certa vez comentei com um amigo que acho Yooka-Laylee and the Impossible Lair melhor que Donkey Kong Country, seja em jogabilidade, exploração e até mesmo em trilha sonora. Mas é quase impossível alguém concordar comigo, pois Donkey Kong Country é revisitado com tanta frequência, que as pessoas não se permitem absorver a experiência de um jogo novo que tem a mesma fórmula. Elas se fecham para o novo e ficam repetindo e revisitando as mesmas experiências do passado, como eu fazia. E sinceramente, é impossível que um produto de trinta anos atrás seja insuperável.

Essa jóia maravilhosa coloca DKC no bolso, e quem jogar de mente aberta vai concordar.
Honestamente, uma vez na vida eu queria que alguém elogiasse Horizon Chase sem apontar a semelhança com Top Gear. Horizon Chase é ótimo, é divertido, colorido, dinâmico, viciante. Ponto. Ele merece apreciação pelo que é, e não como a sombra de um produto bom do passado. Assim como a música The Time (Dirty Bit) do Black Eyes Peas é amada por muita gente, que não fica comparando ela com a original (Time of My Life) do John Travolta.

Não estou dizendo que o correto é viver no hype e só jogar lançamentos. Minha dica é que as pessoas abram a mente para as experiências atuais que já estão disponíveis. E quando digo atuais, me refiro ao que está disponível no seu console, a biblioteca toda dele. Tenho certeza que, quando você joga um jogo novo de boa vontade, com a mente aberta, sem ficar comparando com as jóias do passado, a probabilidade de você considerar esse novo jogo também como uma jóia é maior.

Sou defensor ferrenho de Sonic & All-Stars Racing Transformed e o considero meu jogo de corrida favorito da vida. Até hoje nada superou isso em estilo de arte, trilha sonora e complexidade de gameplay. Mas o pessoal prefere passar 10 anos jogando Mario Kart 8 do que se permitir descobrir algo diferente.
Se você está no PlayStation (4 ou 5), tire um pouco o olho dos lançamentos e veja o que seu console tem a oferecer, o que você deixou passar nessa geração. Se está no Xbox, explore o catálogo do Game Pass, tem excelentes perólas escondidas nele. Se você tem um Switch, saia da bolha do Mario e vá conhecer outros ótimos jogos que o console oferece - e que, na maioria dos casos, são mais baratos que os AAA da Nintendo.

O problema das pessoas é se decepcionar com o lançamento hypado da semana e ir correndo para a mesma meia dúzia de jogos que joga desde a infância, seja lá onde tenha sido essa infância, se no PS2, PS1 ou se nos 16 bits ou até nos 8 bits. Videogames são muito mais do que lançamentos e jogos clássicos consolidados. Esses são os extremos. Tem MUITA coisa aí no meio que a gente não conhece e que merece ser experimentada.

Sigo meu detox dos retrogames e, sinceramente, não vejo motivos para romper esse jejum tão cedo. Tem muita coisa boa saindo, tem ótimas experiências recentes que quero revisitar para consolidar, tem tanta platina que quero fazer... acho que não vou religar o Miyoo Mini Plus tão cedo.

E você, já passou por algo parecido? Conta aí nos comentários.

quarta-feira, 29 de março de 2023

Sonic Origins Plus Anunciado - E Os Anseios dos Fãs Foram Atendidos!

Há um tempo atrás eu fiz um post com sugestões de melhorias para a coletânea Sonic Origins, coisas que nós fãs adoraríamos ver no jogo e que ficaram de fora em seu lançamento.

Eis que a Sega anunciou, no dia 23 de março de 2023, uma nova versão da coletânea, intitulada Sonic Origins Plus, trazendo mais conteúdo e fazendo algumas daquelas sugestões virarem realidade.

Claro que a Sega não leu meu texto aqui no Conversa de Gamer (ou talvez leu?), mas sei que, quando sugeri aquilo, falei em nome da maioria dos fãs. E a Sega conhece seu fandom, portanto, essa dose extra de fan service foi de muito bom gosto - embora, convenhamos, era nesse estado que a coletânea deveria ter sido lançada desde o início.

Vejamos o que há de novo em Sonic Origins Plus:

Logo de cara, temos Amy jogável! Nada mais, nada menos que o primeiro item da minha lista de sugestões. Podia ter o Metal Sonic também, mas é legal vermos Amy jogável de maneira oficial, num jogo oficial, sem ser hack ou mod. Pela primeira vez, a ouriço rosa será jogável num game 2D com seu visual clássico!

Até então, tínhamos visto esse visual dela em 2D apenas em Sonic CD, quando era sequestrada por Metal Sonic. Em 3D, ela havia aparecido com esse visual em Sonic The Fighters. E ela já havia sido jogável em 2D na saga Advance para GBA, mas lá ela já tinha seu visual moderno.

Nessa onda de personagens jogáveis, o Knuckles também ficará disponível em Sonic CD - sua ausência nesse título era uma falha gravíssima da versão original da coletânea. E esse era o item 2 da lista. Obrigado, Sega.

Na minha lista eu também havia sugerido um boss rush hard, ou seja, um modo boss rush com os cenários dificultados, a exemplo de uma missão que já tem na coletânea principal. Pelo que dá para deduzir do trailer, não teremos "exatamente" isso, mas novos desafios estarão disponíveis. Espero que, dentre eles, haja mais versões dificultadas de chefes conhecidos.

Por fim, e não menos importante, teremos mais jogos disponíveis. Os 16 títulos de Game Gear serão adicionados à coleção, mas por emulação, isto é, não terão o tratamento de widescreen que os jogos de 16-bits receberam. Bem, já é alguma coisa.

Essa adição de jogos deixa Sonic Origins num patamar interessante entre as coleções de Sonic já lançadas pela Sega. Até o momento, Sonic Origins poderia ser visto como um Sonic Jam moderno. Para quem não sabe, Sonic Jam foi uma coletânea lançada para Sega Saturn, que trazia os 4 jogos do Mega Drive: Sonic 1, Sonic 2, Sonic 3 e Sonic & Knuckles (estes dois últimos, em suas versões individuais).

Origins, então, funcionava como uma atualização de Jam, ao disponibilizar o Sonic 3 & Knuckles como um jogo só, e ainda o Sonic CD, além do fato de que os quatro jogos foram refeitos em widescreen.

A adição dos títulos de Game Gear faz com que Sonic Origins Plus possa rivalizar com Sonic Mega Collection Plus, que saiu para o PS2 e Xbox original trazendo os jogos de Mega Drive e parte dos títulos de Game Gear (não todos). Os títulos do portátil da Sega que ficaram de fora da Mega Collection acabaram chegando depois na Gems Collection, que trazia ainda o Sonic CD, Sonic The Fighters e Sonic R.

Em Origins Plus, não teremos Sonic The Fighters e Sonic R, mas teremos tudo do Game Gear, e tudo dos 16 bits (incluindo CD) em widescreen. Interessante, né?

Se pararmos pra pensar que um PS2 fica horrível numa TV moderna, é excelente que possamos curtir esses clássicos num console atual ou PC, de forma oficial, sem emulação. Então, pode-se dizer que Sonic Origins Plus fica sendo a coletânea definitiva do ouriço - embora, se não for sonhar demais, eu gostaria de ver os títulos de GBA numa plataforma atual, a exemplo do que foi Mega Man Battle Network Legacy Collection

E, pra finalizar: finalmente a coletânea é física! Me incomoda esse tipo de coletânea sair apenas no meio digital. São clássicos perdidos no tempo, e que podem se perder de novo facilmente, visto que as empresas têm a horrível prática de remover esses jogos das lojas - especialmente em se tratando de Sonic, considerando a bagunça jurídica que é a disputa pelos direitos da trilha sonora de Sonic 3 & Knuckles. Então, poder enfiar essa coletânea na prateleira é a garantia de que esses jogos estarão verdadeiramente preservados.

...

A Sega é uma empresa engraçada. Ela vive de nostalgia e de suas velhas franquias, ao mesmo tempo em que raramente dá aos fãs o que eles querem - ao invés disso, prefere empurrar goela abaixo suas ideias malucas, mais ou menos como a Warner faz nos cinemas com os filmes da DC. Mas as vezes ela acerta, e Sonic Origins Plus é um acerto.

Claro, é uma sacanagem para quem já comprou o Origins normal, ter de adquirir essas novidades na forma de DLC - mas a coletânea original estava bugada e custando um rim, ninguém mandou gastar 250 conto numa coletânea problemática em mídia digital. Felizes foram os que tiveram paciência, para, agora em 2023, adquirir sua versão física e completa, numa tacada só.

E você, o que achou de Sonic Origins Plus? Comente abaixo.

Abraços a todos!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Minhas Expectativas Para os Próximos Modelos de PS5 em 2023

Estamos em 2023 e eu ainda estou jogando num PS4 Slim. A vontade de migrar para a nova geração é grande, mas sei essa decisão precisa ser inteligente e estratégica. O próximo console que eu pegar ficará na minha estante pelos próximos 7-10 anos, então, é importante que essa escolha não seja precipitada, para não me arrepender depois.

O PS5 está no mercado há mais de dois anos e, desde o início, algo que sempre me incomodou nesse console foi sua aparência. Me parece difícil de limpar, desajeitado, grande demais e depende de um suporte para ficar em pé, tanto na vertical quanto na horizontal. Claro que roda tudo no talo, mas se eu me preocupasse só com números, ainda estaria jogando no PC. Quero um aparelho para o qual eu olhe e goste, e o PS5 em seu modelo Fat não me passa essa sensação.

Os boatos são de que, neste ano de 2023, um novo modelo de PS5 chegará ao mercado. Ainda não ficou claro se será uma única versão revisada do console, ou se, novamente, teremos dois novos aparelhos: um Slim e um Pro.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

God of War Ragnarok no PS4: Análise Detalhada dos Gráficos, Desempenho e BUGS

Quando o assunto é jogo crossgen, quem está na geração antiga sempre fica com o pé atrás, pensando se vale a pena curtir aquele jogo novo no console atual, ou se espera para jogar na nova geração.

É comum os jogos lançados para mais de uma geração chegarem absurdamente lindos na versão next-gen e, às vezes, até com gráfico de papelão na geração passada. Mas para toda regra há exceções.

Quando se trata dos jogos da Sony, sabemos que ela não decepciona, e o videogame mais antigo costuma receber versões belíssimas desses jogos crossgen. Foi assim com Spider-Man Miles Morales, Gran Turismo 7 e Horizon Forbidden West, e com God of War Ragnarok não seria diferente.

Platinei Ragnarok no PS4 e explorei cada canto dos 7 reinos desse jogo, e posso dizer: a experiência é sublime. Frame rate estável a 30 FPS o tempo todo, o que permite combates fluídos e sem engasgos. Gráficos que fazem uso de todo o poder do PS4, e que inclusive superam o God of War 2018 em beleza. Para quem achou que o game seria igual ao de 2018 na parte gráfica, pode se surpreender: mesmo no PS4, a sequência é mais bonita que seu antecessor.

Entretanto, me deparei com alguns bugs que não esperava ver. Algumas coisas que de fato atrapalharam a experiência, e que, se consertados, fariam desse port uma obra prima 10/10.

No vídeo acima eu conto tudo isso e mais alguns detalhes, para que você tire suas próprias conclusões e decida se vale a pena curtir a mais nova aventura de Kratos no seu PS4, ou se é melhor esperar para jogá-la no PS5.

E você, já jogou o game? Em qual plataforma? E o que achou? Me conte aí nos comentários!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Lista de Coletâneas de Jogos Antigos Disponíveis Para PS4 e PS5

Uma das coisas que sempre falo é: se tem como jogar original, eu quero o original. Eu e você sabemos que a emulação é a forma mais prática e barata de reviver jogos antigos, e muitas vezes, é somente através dela que temos a melhor experiência com certos clássicos no que se refere a mods, melhorias gráficas e afins.

Mas jogar o original parece ter um "gostinho" diferente. E eu nem me refiro a hardware original, porque jogar com imagem via cabo RCA e controle com fio não é a melhor experiência hoje em dia. Mas ter o game original, sentir que ele faz parte da coleção junto com os outros jogos, é um prazer enorme.

Pra isso existem as coletâneas e, na geração do PS4, elas chegaram aos montes. Costumo dizer que foi a geração em que pudemos abandonar de vez os emuladores, já que boa parte dos clássicos de antigamente vieram para as plataformas atuais de maneira oficial. A não ser que você queira preservar aquele jogo específico, é perfeitamente possível desapegar dos emuladores e curtir os clássicos apenas pelas coletâneas.

Só que, infelizmente, os lançamentos dessas coletâneas não seguem um padrão. Algumas saem de forma exclusivamente digital, mas não são lançadas na PlayStation Store brasileira. As que recebem mídia física, às vezes, têm uma tiragem bem limitada e a mídia se torna item de colecionador.

E nem mesmo as empresas cuidam direito de suas coletâneas: não mencionam com clareza a exata lista de jogos inclusos, e as vezes nem explicam do quê a coletânea se trata. É emulação? É remaster em widescreen? O que a coletânea contém, afinal?

São vários casos diferentes e, por isso, decidi catalogar todas as coletâneas disponíveis para PS4 aqui nesse post. Coloquei os jogos inclusos de cada uma, a mídia em que estão disponíveis e algumas observações pertinentes. O post será atualizado sempre que uma nova coletânea for lançada, e se esqueci de alguma, por favor, avise nos comentários. Vamos lá: