Jogos do gênero Soulslike têm fama de serem muito difíceis. Essa fama afasta muita gente, que perde a curiosidade e o interesse nesses games antes mesmo de conhecê-los. E por conhecer, eu não estou me referindo a tentar jogar. Tem gente que não quer nem ouvir falar em Soulslike.
Acontece que se criou uma mística em volta desses games, como se eles fossem algo impossível de encarar, inacessível à maioria dos jogadores, uma espécie de "Kaizo" que só um pequeno grupo de seres dotados de grande paciência e reflexos sobre-humanos pode encarar. Não é bem assim.
Deixa eu contar pra vocês o que aconteceu da primeira vez que joguei um Soulslike. O game era Dark Souls II, no PS3, e o ano era 2013 ou 2014, não lembro ao certo. Logo ao iniciar a aventura, reparei numas tochas azuis espalhadas pelo cenário. Tentei coletar aquelas tochas de todo jeito, acreditando que fossem algum tipo de item. Não consegui. Dei umas voltas pelo cenário, não entendi o que era pra fazer, morri para algum inimigo besta, fiquei nervoso e larguei o game. Essa foi minha experiência pra nunca mais querer tocar num Souls pelo resto da vida.
Até que um amigo meu, que manjava do game, me falou que aquelas tochas faziam parte do cenário e não eram de coletar.
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Vejam bem, hahaha.
EU, que zerei tanto jogo casca grossa nos 16 bits, zerei os três Kaizo Mario (com save state, mas zerei), jogo a maioria dos lançamentos atuais no Hard, caí em tamanho amadorismo a ponto de tentar coletar um adorno de cenário e morrer para um inimigo infame. Naquela hora eu me senti o maior noob da face da Terra.
Desde então, nunca mais liguei para a franquia Dark Souls ou para outras IPs da From Software (como Bloodborne, Sekiro e Elden Ring) e ainda passei longe de jogos 2D que tentam replicar a fórmula, como Slain: Back From Hell e Hollow Knight.
Até que, certo dia, esse mesmo amigo me convidou para jogar Sekiro na casa dele.